OUVI ESSE TEXTO SENDO LIDO PELA ANA MARIA BRAGA, ACHEI MUITO INTERESSANTE E RESOLVI PUBLICAR AQUI.
Podemos comparar a vida, a uma viagem de trem.
Uma comparação interessante quando bem interpretada.
Interessante porque nossa vida é cheia de embarques e desembarques...
De surpresas agradáveis com alguns embarques...
E de tristezas com alguns desembarques.
Quando nascemos, embarcamos nesse trem e encontramos duas pessoas que acreditamos que farão conosco a viagem até o fim: nossos pais.
Não é verdade. Infelizmente, em alguma estação, eles desembarcam...
Deixando-nos órfãos de seus carinhos, proteção, amor e afeto.
Mas isso não impede que durante a viagem, embarquem pessoas interessantes, que virão a ser especial para nós: nossos irmãos, amigos e amores.
Muitas pessoas tomam esse trem a passeio.
Outras fazem a viagem experimentando somente tristezas.
E há também outras que passam de vagão em vagão prontas para ajudar quem precisa. Muitos descem e deixam saudades eternas.
Outros tantos viajam no trem de tal forma, que quando desocupam seus assentos, ninguém sequer percebe. Curioso é considerar que alguns passageiros que nos são tão importantes acomodam-se em vagões diferentes do nosso.
Isso nos obriga a fazer essa viagem separado deles...
Mas nada nos impede de com grande dificuldade atravessarmos nosso vagão e chegarmos até eles. O difícil é aceitarmos que não poderemos sentar ao seu lado, pois outra pessoa estará ocupando esse lugar.
Essa viagem é assim: cheia de atropelos, sonhos, fantasias, esperanças, embarques e desembarques. Sabemos que esse trem jamais volta.
O grande mistério é que não sabemos em qual parada desceremos.
E fico pensando: quando descer desse trem, sentirei saudades?
Sim. Deixar meus filhos viajando sozinhos será triste. Separar-me dos amigos que nele fiz, do amor da minha vida será para mim dolorido. Mas me agarro à esperança de que em algum momento, estarei na estação principal e terei a emoção de vê-los chegar com sua bagagem, que não tinham quando embarcaram. E me deixará feliz saber que de alguma forma, eu colaborei para que essa bagagem tenha crescido e se tornado valiosa. Não pense no desembarque, somente como a representação da morte, mas também como o término de uma história...Algo que duas ou mais pessoas construíram e que por algum motivo deixaram desmoronar. Muitas pessoas têm a capacidade de reconstruir, recomeçar; isso é sinal de garra, é saber tirar o melhor de “todos os passageiros”. Agradeço muito por você fazer parte da minha viagem, e por mais que nossos assentos não estejam lado a lado...
Com certeza o vagão é o mesmo.
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